2020: o resumo


2020 Amadora


O primeiro post do ano merece um breve resumo do ano anterior, com uma foto do ano actual. E começo precisamente pela foto actual, tirada agora na sala da nossa casa nova. 

O ano de 2020 foi estranho para todos, em qualquer parte do mundo. Um ano com teletrabalho, com restrições de circulação e com confinamentos que deixam qualquer um à beira de uma depressão. Um ano atípico, que mostrou aos mais atentos como se controla a sociedade, seja ela qual for, com medo e repressão. Os mais desatentos apenas cumprem sem questionar.  E neste momento, posso rever o post que fiz sobre a entrada na era de aquário, pois parece-me cada vez mais certeiro, infelizmente. 


Pessoalmente, o ano de 2020 não foi extraordinário, mas considero-o muito positivo, pois mesmo os momentos menos bons trouxeram aprendizagem e evolução, com sempre.

Deste ano, em termos profissionais, não posso deixar de realçar a tomada de decisão de sair de um emprego onde não me sentia bem pelo ambiente generalizado. O trabalho em si não era nada de especial, quase básico, mas fazia-se bem. A desorganização desmotivou-me totalmente, e o ambiente "social e humano" fez-me tomar a decisão de não continuar ali. A fama não é tudo e, por vezes, quem vê de dentro, vê com outros olhos. E o dinheiro também não, apesar de essencial para a nossa sobrevivência na actual sociedade.

Em termos pessoais, destaco três pontos muito importantes neste ano, todos relacionados com a família.

Desde Agosto de 2019 que a minha filha está a viver a tempo inteiro com o pai, noutra cidade e concelho, o que significa que foi o primeiro ano sem as rotinas maternais, para o bem e para o mal. Tive saudades de muitas coisas, mas também tive uma tranquilidade maior, decorrente da menor responsabilidade diária. Em todo o caso, o último ano em que estive com ela, que ainda por cima foi literalmente a tempo inteiro, sem trabalho, apenas maternidade, vai ficar sempre na memória pelos melhores motivos. Há experiências que não se repetem e não se esquecem. 

Este ano, foi também o ano de retorno ao lar de família, a viver com os meus pais, algo que não fazia há 23 anos. Foi uma experiência interessante do ponto de vista humano e de aprendizagem, mas muito desgastante em termos energéticos. Depois de 13 anos a viver com o meu ex-marido e outros 10 anos a viver sozinha...voltar a casa dos pais é uma prova mental e emocional complexa e exigente. As regras, os horários, a mentalidade, a forma de estar na vida, os valores, a diferença de idades, as diferenças culturais e sociais...em todo o caso, e apesar das dificuldades interiores, foi uma boa experiência.

E o terceiro destaque em termos pessoais deste ano, last but not least, prende-se com o coração. Depois de poucos meses de namoro, e com um grande grau de loucura de parte a parte, decidimos que queríamos viver juntos. Temos um bom relacionamento e adoramo-nos. Porque não arriscar e experimentar. Não é o tempo de namoro ou convivência que faz o sucesso de uma relação a dois. Se correr bem, excelente, que dure o resto das nossas vidas. Se não correr bem, mudamos de caminho, porque a vida tem sempre muitos caminhos para caminharmos.

Em termos materiais, e o evento mais importante dos últimos anos da minha vida, foi a mudança para a casa onde me encontro agora. Uma casa que é minha por direito, pois é dos meus pais e sou a única herdeira, sem encargos e totalmente remodelada. Tomámos a decisão de a remodelar e habitar por volta de Março e em Agosto começaram as obras. Tudo este ano foi mais lento, por isso, umas obras que estavam previstas durar dois meses...duraram cinco. Curiosamente, a obra foi considerada concluída no dia 24 Dezembro, em jeito de presente de Natal, e a primeira noite que aqui ficámos foi a 31 Dezembro, para a celebração do novo ano. Faltam ainda dois detalhes da obra por concluir, mas nada que impeça a habitabilidade e que seja complexo de resolver. A casa é pequena, fica situada num sótão e como tal tem uma disposição muito particular, mas é perfeitamente suficiente para duas pessoas.  Não é a casa dos meus sonhos, essa é um pouco maior e no campo, mas é a casa possível no momento e estou muito grata ao universo por me encaminhar e aos meus pais por ajudarem a concretizar este caminho.


Perante tudo isto, posso dizer que esta passagem de ano não foi apenas uma mudança de ano, foi o início de uma nova fase, uma nova experiência de vida, um novo caminho a percorrer. Que seja bom e duradouro!
 

*


The first post of the year deserves a brief summary of the previous year, with a photo of the current year. And I start precisely with the current photo, taken now in the living room of our new house. 2020 was a strange year for everyone, anywhere in the world. A year with telecommuting, with circulation restrictions and confinements that leave anyone on the verge of depression. An atypical year, which showed the most attentive how society is controlled, whatever it may be, with fear and repression. The most inattentive ones just fulfill without question. And right now, I can review the post I made about entering the aquarium era, as it seems to me more and more accurate, unfortunately. Personally, the year 2020 was not extraordinary, but I consider it very positive, because even the least good moments brought learning and evolution, as always. This year, in professional terms, I can't help highlighting the decision to leave a job where I didn't feel good about the general environment. The work itself was nothing special, almost basic, but it was done well. The disorganization completely discouraged me, and the "social and human" environment made me decide not to stay there. Fame is not everything and, sometimes, who sees from the inside, sees with different eyes. Neither is money, although it is essential for our survival in today's society.

In personal terms, I highlight three very important points this year, all related to the family. Since August 2019, my daughter has been living full time with her father, in another city and municipality, which means that it was the first year without maternal routines, for better or for worse. I missed many things, but I also had greater peace of mind, due to less daily responsibility. In any case, the last year that I was with her, which was literally full time, without work, just maternity, will always remain in my memory for the best reasons. There are experiences that are not repeated and are not forgotten. This year, it was also the year of returning to the family home, living with my parents, something I hadn't done in 23 years. It was an interesting experience from a human and learning point of view, but very stressful in terms of energy. After 13 years of living with my ex-husband and another 10 years of living alone ... returning to the parents' home is a complex and demanding mental and emotional test. The rules, the hours, the mentality, the way of being in life, the values, the age difference, the cultural and social differences ... in any case, and despite the inner difficulties, it was a good experience. And the third personal highlight this year, last but not least, concerns the heart. After a few months of dating, and with a great degree of madness on both sides, we decided that we wanted to live together. We have a good relationship and we love each other. Why not take a chance and experiment. It is not the time of courtship or coexistence that makes a relationship successful. If it goes well, excellent, it will last the rest of our lives. If it doesn’t go well, we’ll change paths, because life always has many ways to go.

In material terms, and the most important event of the last years of my life, was the move to the house where I am now. A house that is rightfully mine, because it belongs to my parents and I am the only heiress, free of charge and completely remodeled. We made the decision to remodel and inhabit it around March and in August work began. Everything this year was slower, so some works that were expected to last two months ... lasted five. Interestingly, the work was considered completed on December 24, as a Christmas present, and the first night we stayed here was on December 31, to celebrate the new year. There are still two details of the work to be completed, but nothing that prevents habitability and that is complex to solve. The house is small, located in an attic and as such has a very special layout, but it is perfectly enough for two people. It is not the house of my dreams, this is a little bigger and in the countryside, but it is the possible house at the moment and I am very grateful to the universe for taking me and my parents for helping to make this path happen.


Given all this, I can say that this New Year's Eve was not just a change of year, it was the beginning of a new phase, a new life experience, a new way to go. May it be good and long-lasting!

Comments