um vislumbre da floresta da alma





Neste post, não expliquei nada das fotos que coloquei, por isso aqui fica um breve resumo. Desenhar e pintar fez sempre parte da minha vida. Cresci rodeada de pincéis e desenhos, com uns pais a trabalhar em artes gráficas e uma mãe que andou na António Arroio, a minha criança interior, uma pisciana das artes, foi sempre feliz. Pintei muitas coisas ao longo da vida, papéis, telas, marfinites, caixas. Pintei com guaches, acrílicos, oléos e aguarelas. Pintei anos com lápis de cor, os meus queridos lápis de cor da Caran D'Ache. Com o passar dos anos e a infância de uma filha cheia de cores, os lápis foram-se gastando e desaparecendo. Um destes dias, estava com ela nas compras e vi uma caixa da Faber-Castell cheia de lápis de cor, de aguarela, como os meus antigos. As cores não eram tão bonitas, e a marca obviamente não é a mesma, nem o preço, mas fiquei tentada a comprar. Ela olhou para mim e disse "Oh mãe, se te faz feliz, leva!". Só posso estar grata à minha filha linda por ser tão sábia, mesmo sem fazer ideia. Faz-me feliz, sim, muito. Nas fotos desse post estão os lápis novos juntamente com os antigos e as canetas que tenho na minha gaveta. Tanto tempo sem fazer nada. Tanto tempo sem criar nada. Tanto tempo sem satisfazer a minha criança interior. 

Neste post, está o primeiro desenho do meu caderno novo. Cheio de imperfeições, mas ainda assim, lindo aos meus olhos, que são os olhos da alma, da minha alma. Uma paisagem que foi surgindo, lentamente, indecisa, receosa de falhar. A imaginação também fica perra como os ossos. Com os anos e a falta de uso. Os dedos ficam tensos e até dormentes. E a mente leva muito tempo a desligar e a focar-se no papel. Podia estar ali, numa zona mais elevada de uma floresta, com um ribeiro fresco e cogumelos espalhados. Mas também posso estar deste lado e soltar a imaginação, sem medos, e a criar. E sou tão mais feliz a criar.

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