my litle woman

2020

Estas fotos foram tiradas a semana passada, num momento em que entrei no quarto e ela estava a ver uma série. Eu andava pela casa, de máquina na mão a fazer uns testes de luz, e este momento foi perfeito.

Gosto de fotografar pessoas com este tipo de luz. É uma questão de gosto pessoal, claro, mas considero que esta luz e estes tons, criam um ambiente acolhedor e realçam os traços humanos, tornando-os ainda mais bonitos.

As feições da minha filha, nestas imagens, fazem-me lembrar quadros antigos, mulheres de outra era. Não são as feições comuns das adolescentes, nem o padrão habitual na nossa população. Os traços vincados de uma herança genética muito forte, que persiste e não desiste. A diferença nem sempre nos ajuda na integração em grupo. Ainda hoje sinto isso e já sou adulta. Nesta idade é um tema sensível e que gera ansiedade e tristeza desnecessária. Felizmente, ela está a amadurecer e a começar a ganhar uma certa dose de auto-estima que não tinha. Toda a vida me ouviu dizer que era linda, porque independentemente de ser minha, eu vejo-a mesmo linda. A beleza é sempre subjectiva e todos temos razão nos nossos gostos, porque são nossos e isso é que importa. Espero que ela cresça e aprenda isto, porque é uma das bases para a auto-estima em termos estéticos. E não é apenas uma frase para amenizar emoções, é mesmo uma realidade. O que é belo para mim, não é necessariamente belo para o outro...and who cares!

*

These photos were taken last week, at a time when I entered the room and she was watching a series. I walked around the house, machine in hand doing some light tests, and this moment was perfect.

I like to photograph people with this kind of light. It is a matter of personal taste, of course, but I believe that this light and these tones create a welcoming atmosphere and enhance human traits, making them even more beautiful.

My daughter's features in these images remind me of old paintings, women from another era. They are not the common features of adolescents, nor the usual pattern in our population. The marked traits of a very strong genetic heritage, which persists and does not give up. The difference does not always help us in group integration. I still feel that today and I'm an adult. At this age it is a sensitive topic and one that generates unnecessary anxiety and sadness. Fortunately, she is maturing and starting to gain a certain amount of self-esteem that she did not have. All my life she heard me saying that she was beautiful, because regardless of being mine, I see her really beautiful. Beauty is always subjective and we are all right in our tastes, because they are ours and that is what matters. I hope she grows up and learns this, because it is one of the bases for self-esteem in aesthetic terms. And it is not just a phrase to ease emotions, it is even a reality. What is beautiful for me is not necessarily beautiful for the other ... and who cares!