dos dias de quarentena

Este período de quarentena não tem sido particularmente fácil. Eu até gosto de estar em casa, por opção, mas com saída nem que seja para ir ao café, e por vezes o café é a 20 km de distância. Sim, gosto de laurear a pevide, já dizia a minha avó. As únicas vezes que me recordo de ter estado em casa, sem sair um único dia, foram todas em momentos de baixa e apenas três (pós-parto, intervenção cirúrgica e ruptura muscular). Para além desta característica da personalidade, gosto muito do meu espaço e de algum isolamento voluntário...e estou temporariamente a viver numa casa que não é minha, com mais três pessoas e três gatos...e sem o meu homem. Terminar a quarentena sem enlouquecer ou ser presa por homicídio será uma vitória. O Covid19 ao pé disto é um resfriadozinho, já diz o Bolsonaro!

E o que tenho feito neste período de prisão domiciliária? Muito pouco do que poderia fazer se estivesse fechada e sozinha numa casa...sem trabalhar. A verdade é que estou em teletrabalho, o que do ponto de vista financeiro dá jeito, mas de resto é insuportável! Um trabalho forçado, preso, com constantes interrupções externas e que não diminuiu de volume neste período. Por isso, todas dicas do que fazer, super interessantes ou nem por isso, que se podem encontrar em todo o lado, só me irritam.  Adiante, que já chega de queixas!


Dos momentos que não são maus, ficam aqui os registos de forma aleatória no espaço e no tempo.



Um exemplo das coisas parvas que se fazem entre semi-adultos e semi-adolescentes.


Na sequência da arrumação do sótão, sobre a qual escreverei outro post, encontrei todas estas ferramentas. Fiquei em êxtase com tanta coisa linda para trabalhar e arrumar. Neste dia, o meu eixo Peixes-Virgem e a minha Vénus na casa 6 ficaram tão felizes!


Encontrei este isqueiro, pour toutatis!


E ainda estes isqueiros, de alguma forma ligados ao meu passado, que me parece tão longínquo quanto a existência deles.


E encontrei esta peça de bijuteria, e uns fascículos sobre o Hitler, que me deixaram sem palavras. Dormindo com o inimigo em diversas direcções.


Estes pedaços de lacre ainda me vão dar jeito...


E encontrei as coisas recentes que continuam à espera do momento certo para retornarem à vida.


Esta certidão de nascimento de um tio avô, que trouxe à luz mais uma coincidência engraçada de nomes. Como se as coincidências existissem.


Um furador que fez parte da minha infância.


Uma caixa com mais preciosidades.


Montes de carrinhos antigos.


E o esconderijo dos aviadores ingleses.

Perante tudo isto, há esperança que consiga terminar a quarentena só com o atestado de loucura, já não é mau.

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